Quanto maior é o nível de maturidade de TI de uma empresa, mais o setor tem autonomia e atua estrategicamente. Ou seja, conforme amadurece, a área reúne melhores condições de participar do planejamento global com capacidade de entregar alto valor à organização e seus departamentos.
Portando, subir nesse nível tem de ser um dos objetivos principais de todo gestor de TI. E a tarefa não depende apenas de investimentos, poder financeiro e equipe, mas também do tipo de gestão aplicada e de como a área de tecnologia é integrada às demais.
Se você pretende aumentar o valor da sua infraestrutura, entenda quais são os níveis de maturidade e como se caracterizam.
Nível 1: comportamento reativo
O primeiro nível apresenta um setor com características como:
- alta dependência de pessoas-chave, como o gestor e um auxiliar mais experiente;
- gestão voltada ao operacional e com nenhum foco estratégico;
- falta de padronização de processos e implementação de soluções para exceções como ação comum;
- comunicação com outros setores inexistente ou falha.
Por isso, um departamento com esse nível de maturidade de TI não tem ações e planejamento para curto e longo prazos, pois o pensamento estratégico não é mantido. Também por esse motivo não existe participação da área em decisões da diretoria e no planejamento estratégico do negócio.
Nesse cenário, o dia a dia tem como foco a manutenção de tecnologias e a melhoria delas, ficando os serviços da área e o valor entregue pela infraestrutura e pela equipe de tecnologia em segundo plano. Dessa maneira, a TI funciona somente como uma prestadora de serviços básicos de suporte, reagindo quando demandada por solicitações e problemas da empresa em relação a equipamentos e sistemas.
Nível 2: atuação preventiva e mais eficiente
Para prevenir a empresa e o setor contra problemas, o segundo nível apresenta melhorias como:
- previsibilidade de ocorrências e seus possíveis danos;
- iniciativas estabelecidas para manutenção de estabilidade da infraestrutura;
- controle contínuo de disponibilidade das ferramentas.
As ações acima são aliadas a outras que visam especificamente a eficiência. Alguns exemplos são gestão de desempenho da infraestrutura para alcance da melhor performance de cada componente e padronização da maioria dos processos de rotina.
A diferença entre os dois primeiros níveis está na abrangência maior que o segundo tem, adiantando-se a possíveis transtornos de maior e menor poder danoso e aliando esses pontos a outros voltados à melhoria de desempenho. Porém, o trabalho estratégico no segundo nível ainda recebe nenhuma ou pouca atenção, com o setor de tecnologia não tendo participação em planejamento e objetivos globais.
Nível 3: proatividade e autonomia
O terceiro nível de maturidade de TI alcança inicialmente a gestão estratégica, e a comunicação com demais setores e profissionais passa a ocorrer. Portanto, departamentos que estão nesse nível já entendem as necessidades e especificidades de outras áreas no intuito de entregar o maior valor possível em seu trabalho para a empresa como um todo.
Tendo processos definidos, padronização mais avançada e até orçamento próprio nesse momento, a autonomia do setor aumenta e todo o conjunto de mudanças em comparação com os demais níveis faz com que o gestor e a equipe atuem com mais proatividade. Naturalmente, o setor passa a integrar sistemas para aumentar o potencial e a inteligência da infraestrutura e obter o melhor custo-benefício interno e para os demais setores.
Outra grande mudança que ocorre no nível 3 é a implementação de melhorias direcionadas também aos serviços entregues — não somente centralizadas em hardwares e softwares. E a consequência de toda a qualificação que terceiro nível traz é uma percepção maior de valor e eficiência para a TI na visão dos outros departamentos.
Nível 4: alto poder estratégico
O potencial da gestão estratégica de TI é visto em seu todo no quarto nível de amadurecimento do setor de tecnologia, em face das seguintes alterações e melhorias:
- a empresa conta com o setor como braço capaz de planejar e implementar inovação, ou pelo menos dar suporte próximo;
- a área gera mudanças em outras, inclusive nas rotinas nativas e insubstituíveis;
- existência de regras de operação;
- estruturação e integração total de processos com padronização e indicadores;
- demais setores ganham produtividade e a organização ganha lucratividade por meio de projetos e planejamento que a TI lidera ou dos quais participa.
Acompanhando a consolidação do trabalho estratégico, uma equipe que alcança esse grau de amadurecimento passa a ter a performance medida, assim como a dos componentes, com indicadores de desempenho definidos analiticamente. Logo, o trabalho deve seguir padrões de qualidade monitorados com frequência.
E como ponto principal de uma atuação estratégica, a diretoria alinha a governança corporativa à de TI, e a área de tecnologia passa a participar ativamente do planejamento global, sendo ativa na busca de suas metas. Consequentemente, o gestor também busca soluções e estratégias para prevenir a empresa na análise de riscos e aproveitar oportunidades de ganho de diferencial competitivo.
Nível 5: independência
A minoria das empresas, de todos os mercados, não está nesse grau de maturidade por ser o mais difícil de alcançar e exigir comportamento estratégico e estruturação de processos em nível máximo.
Atuando de maneira independente e como total autonomia, ainda maior que no nível acima e quase como um negócio próprio, a área funciona como uma prestadora de serviços da organização e gerencia possíveis fornecedores externos com pessoal e orçamento próprios. Nesse caso, por exemplo, o gestor de TI, como um diretor, faria a contratação de uma solução externa observando seu orçamento e gerenciaria metas e trabalho do fornecedor.
O quinto nível invariavelmente é controlado por um acordo de nível de serviço (SLA), no qual as partes oficializam questões da relação como recursos disponibilizados, direitos e deveres, objetivos e prazos e até mesmo penalizações por descumprimento de cláusulas. Chegar ao último nível exige maturidade excepcional tanto da equipe de TI e de sua gestão estratégica quanto dos profissionais que fazem parte da cúpula da empresa.
Obviamente, uma organização não conta com um departamento nesse nível quando inicia as operações e nem quando organiza um setor interno de tecnologia. Até chegar ao quinto grau de excelência, a área começa pelo primeiro ou segundo, se qualifica, aprende com erros e quebra paradigmas internos de outros setores e dos dirigentes em relação ao seu trabalho.
Independentemente de qual seja o nível de maturidade de TI da sua empresa, você quer seguir melhorando gestão e processos e provando cada vez mais valor ao negócio. Então, siga nossos perfis nas redes sociais para aproveitar mais conteúdo sobre tecnologia e liderança de um setor eficiente.