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Logística reversa na indústria: principais cuidados com o processo

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Diferentemente de como é para muitas empresas do varejo, a logística reversa na indústria é complexa e exige toda uma infraestrutura para que funcione da melhor forma. O processo pode envolver transporte, armazenamento, equipamentos e possivelmente certificações específicas de profissionais.

Nesse cenário, efetuar trocas ou devoluções solicitadas por clientes acaba sendo uma preocupação menor, ainda que muito importante, dada a sua simplicidade e a rapidez em comparação com a gestão de resíduos e subprodutos.

No decorrer do conteúdo, vamos mostrar quais são as principais preocupações da operação e como executá-la sem negligenciar os procedimentos reversos dos produtos acabados.

O que a logística reversa na indústria engloba?

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, implementada no país em 2010 por meio da Lei 12.305, esse processo logístico abrange “um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.

Logo, não trata-se apenas da logística voltada a atender pedidos de devoluções e trocas de clientes que recebem mercadorias em desacordo com suas ordens de compra ou com outros problemas. Engloba também ações como descarte de resíduos de produção, movimentação de subprodutos, reciclagem de embalagens e coleta de itens usados.

Portanto, são várias precauções a serem tomadas e não apenas com a logística de movimentação em si e os clientes, mas também com diretrizes legais e questões ambientais.

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Classificação de resíduos e elaboração do plano de logística

Em um dos artigos do texto legal, o de número 33, são listados produtos que obrigam a elaboração de um plano de logística reversa na indústria fabricante, e o documento tem de ser seguido fielmente. Porém, outros produtos podem ter subprodutos e resíduos que também geram a obrigação, mesmo não estando no Artigo 33.

Conforme a política, resíduos não caracterizados como perigosos pela lei, mas que também não se equiparem a resíduos domiciliares pela administração da cidade, obrigam o negócio a criar e seguir um plano de gerenciamento com os dados legalmente exigidos, que são os seguintes:

  • descrição da empresa e de suas atividades;
  • diagnóstico dos resíduos, como tipo, origem, volumes e, se existirem, passivos ambientais associados a eles;
  • caso exista um plano integrado municipal de gestão de resíduos sólidos, o documento precisa apresentar os responsáveis pelas diferentes etapas do processo, as tarefas envolvidas, ações preventivas, regras legais a serem seguidas, passivos ambientais identificados e metas do plano.

Responsabilidade independente do poder público

O poder público, principalmente de âmbito municipal, é citado algumas vezes na Lei 12.305, pois tem responsabilidades socioambientais em cada cidade e, de alguma forma, participa do processo reverso de logística das empresas.

Porém, as companhias são independentes das prefeituras em relação às responsabilidades logísticas, como posto no Artigo 31: empresas que produzem e/ou distribuem produtos específicos assumem totalmente as responsabilidades de recolher sobras da pós-utilização por parte dos clientes e de dar a destinação ambientalmente adequada.

Outro artigo que deixa clara a responsabilidade individual, ainda que uma prefeitura negligencie a sua parte, é o 20, que lista o conteúdo mínimo do plano. Nele, ainda que não haja um planejamento integrado municipal de gestão de resíduos, o que o texto prevê, as empresas ficam obrigadas a documentá-lo e colocá-lo em prática.

Comunicação e educação dos demais envolvidos

Normalmente, indústrias não fazem a logística reversa sem a participação de outros agentes, que formam a cadeia do processo, como distribuidores, varejistas e até consumidores finais.

Por isso, esses agentes devem estar a par do processo e serem educados em relação a ações, periodicidades e demais quesitos. Comunicados oficiais, manuais de descarte e instruções em embalagens estão entre os recursos mais utilizados para comunicar e educar os participantes da cadeia de logística reversa na indústria.

Nesse momento, um cuidado importante é para que não ocorra conflito de responsabilização, o que pode acarretar em perda de clientes.

Custo das coletas

Além de gastos, a coleta de resíduos, embalagens e produtos descartados pode exigir uma verdadeira infraestrutura própria, o que demanda ainda alocação de profissionais em funções e investimento de bastante tempo na operação.

Caso seja possível, os demais agentes da cadeia podem ser instruídos a ajudar, como levando resíduos a pontos de coleta ou centralizando descartes de clientes finais em unidades de varejo.

É uma boa solução quando a coleta não exige especialização ou investimento em maquinário para a realização, pois o atacadista ou varejista dificilmente aceitará ter custos adicionais para arcar com uma responsabilidade do seu fornecedor. Mas ainda assim uma solução mais econômica e rápida pode ser aplicada com a preparação dos estabelecimentos dos clientes, principalmente se eles atendem a pessoas físicas.

As estratégias de centralização geográfica ou de tarefas para a coleta ajudam a reduzir o seu custo, atribuindo à logística reversa uma característica importante em muitos momentos para a tradicional de distribuição dos produtos no mercado.

Integração com o setor de produção

Caso o item coletado possa ser utilizado na produção novamente, um planejamento tem de ser feito junto ao setor responsável pelos processos produtivos. Ambas as áreas precisam estar a par de volumes e datas de retornos para ajustarem esses dados às necessidades da produção e às compras dos demais insumos.

Separação da logística reversa voltada a produtos acabados

Mesmo com todas as preocupações e complexidades abordadas até agora, a empresa não pode esquecer do processo reverso voltado a trocas e devoluções, que simplesmente têm como objetivo ajustar e finalizar vendas efetivadas.

Como geralmente é um procedimento mais simples e rápido, não pode estar dentro da mesma operação que lida com resíduos e outras sobras. Precisa ser separada e com os critérios próprios, sem que tome mais tempo do que o necessário por conta de burocracia.

É comum que a logística reversa na indústria seja um processo ativo, não reativo, gerenciado em conjunto com outros, como acabamos de citar. Dependendo da companhia, o conjunto de ações impacta em resultados financeiros e até mesmo tributários, devendo receber a devida atenção e sendo gerido estrategicamente.E se você quiser ler mais conteúdos sobre temas relevantes da logística industrial, assine a nossa newsletter e receba as próximas leituras em seu e-mail.